"O homem é do tamanho do seu sonho."


Fernando Pessoa

sábado, 21 de maio de 2011

Vale a pena - ver um sorriso!





Mais do que pensar...reflectir, isto é dar oportunidades de experienciar o mesmo que os ditos normais a alguém que nasceu diferente, isto é AMOR incondicional, isto é TUDO e acima de tudo um grande Exemplo!

"O Casamento da Gata"



Uma História sem idade, mas, para ser lida, contada e recontada...

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Porquê de Trabalhar num Serviço de Intervenção Precoce na Infância (IPI)?

A minha escolha pelo trabalho em IPI, teve como principal motivação, o facto de já ter trabalhado com técnicos desta área quando estava no regular e também com alguma formação que fui fazendo, assim, há onze anos comecei a trabalhar como Educadora em Equipas de IPI.
Enquanto Educadora, a minha formação contínua nos últimos anos, teve muito a ver com a filosofia da IPI, quer na articulação entre técnicos e serviços, quer numa filosofia que deixou de centrar a intervenção na criança (encontrando déficies) e passou a intervir com a familia enquanto parceira activa e decisora daquilo que necessitam e querem para as suas crianças. Assim, logo que tive oportunidade fiz uma especialização em : Educação Especial- Problemáticas de Risco, que apesar de ser abrangente, teve uma disciplina de Intervenção Precoce.
A minha continuidade nesta área pretende-se acima de tudo, no acreditar que se a criança/familia tiver acesso a uma intervenção o mais precocemente, independentemente do risco ser : biologico, estabelecido ou ambiental; poder-se-á minimizar ou até mesmo eliminar o risco, e a familia/criança terá um percurso de sucesso com as competências que adquiriu de forma a lidar com a sua problemática, acreditando que familia permanece (em principio) na vida da criança e é a sua principal cuidadora daí apetrechá-la de “conhecimentos” para ser ela a trabalhar com a criança e saber a onde e a quem recorrer quando necessário.

Ainda encontramos alguns resistentes a esta filosofia de intervenção centrada na familia, mas julgo que a sociedade em geral aceita este serviço e o considera muito importante e mais que deveria ter continuidade para além das crianças terem 6 anos (depois de escolarizadas)!
Não é fácil adaptarmo-nos a um modelo que à prior é intrusivo, uma vez que todo ele acenta numa filosofia em que a familia é parceiro activo e em que a intervenção é nos contextos de vida da criança e o técnico é o estranho.
Para mim não foi dificil intervir em contexto de domicilio, porque considero-me uma pessoa com capacidade de adaptação às situações “despida” de preconceitos e também porque tenho um espirito interdisciplinar, que gostaria de transformar em transdisciplinar.
Inicialmente, a sociedade e até mesmo alguns dos parceiros do serviço, consideravam este serviço destinado às familias mais desfavorecidas em que as suas crianças apresentavam um atraso de desenvolvimento ou nasciam com deficiência e também para familias que não conseguiam assegurar um desenvolvimento padrão às suas crianças, neste momento já está desmestificado este paradigma e a maioria já percebeu que este é um serviço com técnicos de intervenção directa da área da educação, das terapias, da psicologia e do serviço social, que dá resposta a todas as sinalizações que chegam ao serviço deste que elegiveis de acordo com a legislação em vigor.

Uma questão que preocupa os pais!

Quando a criança completa o ano e meio de vida, quase todos os pais começam a preocupar-se e a perguntar qual o momento apropriado para lhe tirar a fralda.
Até quando é que o meu filho usará fraldas? Quando estará preparado para começar a fazer o controlo dos esfíncteres? Como devo fazer?
Estas são algumas das questões mais frequentes com que nos deparamos, tanto enquanto pais, como enquanto educadores e, se bem que não seja possível dar respostas precisas, podemos dar algumas orientações a seguir acerca deste assunto.
O facto de a criança poder controlar os seus esfíncteres significa que exerce um determinado controlo sobre as suas necessidades e impulsos uretrais e anais e isto implica uma modificação, uma transformação no seu desenvolvimento.
A criança passa de uma completa liberdade em tudo o que se refere à evacuação a adaptar-se a normas de higiene vigentes no seu meio. Esta passagem pressupõe um progresso de aprendizagem e, como tal, o resultado e o êxito do mesmo dependem de vários factores.
1. A criança deverá estar fisicamente madura para iniciar o processo de controlo dos esfíncteres. Será necessário que a criança tenha alcançado a maturidade e a coordenação dos músculos do intestino e da bexiga para poder relaxá-los e contrái-los voluntariamente. Deverá ser capaz de perceber a necessidade orgânica e responder a ela com um acto, não já reflexo, mas voluntário.
Considera-se que a criança por volta dos 18 meses, aproximadamente, está organicamente capacitada para esta aprendizagem. As tentativas de pôr em prática essa aprendizagem em datas mais precoces podem ser contraproducentes e frustrantes, tanto para a criança como para os seus pais.
2. A criança deverá ter maturidade emocional suficiente; não só deverá compreender o que os seus pais pretendem que ela faça mas, também, terá que estar disposta a dar-lhes esse prazer, a “presentear ou não os seus progenitores com este gesto de amor”.
Assim como, anteriormente, as relações com os objectos do mundo passavam, na criança, através da oralidade, agora ela concentra toda a sua atenção nos seus excrementos: “co-có” e “chi-chi” têm para ela muito valor, assim como, também, o que se possa fazer com eles.
No ínicio, esta aprendizagem está fortemente ligada às relações da criança com os seus pais e a atitude deles face a este feito. Com o decorrer do tempo, tornar-se-á autónoma do meio familiar e passará a fazer parte das normas sociais.
3. Outra coisa muito importante a ter em conta é a atitude dos pais perante este tema, a sua capacidade para acompanhar e apoiar a criança e para conceber esta aprendizagem como um processo que a conduzirá à socialização.
É evidente que não será o mesmo para uma criança enfrentar pais compreensivos e sensíveis às suas necessidades e dificuldades, que tolerem os seus fracassos e encoragem os seus triunfos, do que sofrer a tensão gerada por pais exigentes ou excessivamente ansiosos e que transformem este processo numa situação hostil e angustiante.
O treino do controlo dos esfíncteres é um processo de aprendizagem que trará consigo avanços e recuos e um tempo que será singular para cada criança.
Como todo o treino, vai requerer dedicação, perseverança e paciência por parte dos pais.


Mariela Pascual – Licenciada em Psicologia
e-mail: pascualmariela@starmedia.com